Buscando no mundo...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Digitando sem Teclado: possibilidades do Dasher – reflexões

Ao lerem este ensaio visualizarão um conjunto de símbolos e espaços combinados de forma a buscarem transmitir meus pensamentos, minhas idéias e, talvez, minhas emoções, caso seja possível. No decorrer da leitura, poderá um curioso leitor buscar investigar o porquê da utilização de determinados vocábulos, negando a utilização de outros – talvez mais precisos, talvez menos pomposos – e até, negando utilizá-los. Caso chegue a este estágio de reflexão, talvez imaginará também como o escritor manifestou sua expressão: se por uma antiga máquina de escrever, um tipógrafo, um “recorte e cole”, uma simples caneta em um pedaço de guardanapo, lápis em papel, etc, tudo no intuito de querer manifestar e “eternizar” seus pensamentos para compartilhá-los aos seus leitores.
Estamos em 2009. Terríveis discrepâncias sociais assolam povos menos abastados e deterioram o âmago cultural do Velho Mundo, através de uma corrida desenfreada de aceleração e acumulação econômica. Nessa busca de ir cada vez mais rápido ao recurso, encontrando limitações físicas de drástica reação ao próprio corpo humano, buscou-se no incentivo à tecnologia da informação um meio capaz de suprir as demandas físicas e, por meio digital, implantar uma cultura de comunicação ao qual se questiona ainda se o homem é um ser capaz de se comunicar tanto. “Cogito, ergo sum” refletiu René Descartes num longínquo século XVII. Talvez hoje precisasse algo como “Penso, logo, preciso dizer a alguém!!!”.
Nessa turbulenta – e violenta – sociedade de informação, em que estando a informação a disposição de todos, o dificultoso é filtrá-la, um dos maiores pontos positivos é poder democratizá-la, disponibilizá-la a todos, sem exceção: às classes sociais, às etnias, às PNEEs e às P”sem tantas”NEEs. Pelo fato de o próprio homem conceber que possui diferenças e a elas trata com repulsa (paradoxo autodiscriminação), se o fizer de modo positivo, encontrará tesouros impressionantes no simples fato de refletir sua linguagem e a encontrar na voz, no olhar e, quem sabe, no pensamento de um “semelhante”.
Ao utilizar o Dasher, uma impressionante interface de comunicação facilitadora nos processos de codificação do pensamento, deparei-me, guardadas às proporções, com a dificuldade que uma pessoa enfrentaria ao ter que digitar nos nossos “milhos esparramados” em nossa mesa, tendo reduzidas as suas capacidades de motricidade. Ao perceber que pessoas nunca poderão se expressar por um teclado convencional, como o que utilizei para redigir este texto, entendi como o homem é inteligente quando quer sê-lo e pensá-lo: o limite não está só nisso também, mas surgiu depois de Descartes a necessidade de transmiti-lo. Assim sendo, para democratizar-se os espaços e ouvir o que as PNEEs tem a transmitir, devemos nos esforçar, ao menos um pouco, para entender que, mesmo que estejamos utilizando a expressão “dEficiente”, até o simples “d” minúsculo é difícil de um “Eficiente” encontrar no Dasher, movendo somente o mouse.
Viva a democratização da manifestação do pensamento! Viva a eternização do conhecimento através da TIA (tecnologia de informação acessível)! Falta somente acessar (aproximar) as grandes massas demandantes os recursos que suprem suas necessidades, de modo a proporcionar igualdade nas condições de acesso ao conhecimento. Incluindo-se também o Dasher!

Nenhum comentário:

Postar um comentário