Buscando no mundo...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Últimos momentos do EEMPA/EEMRS

Quero cumprimentar essas pessoas que foram impressionantes no desenvolvimento do 2º EEMPA e 1º EEMRS, e no ato, quero cumprimentar todos os demais que transformaram o encontro num congresso de ideias, práticas pedagógica-musicais e alternativas importantes para a transformação da Educação num ato mais humano e mais artístico.

Uma alegria reencontrar a Irmã Madalena, da cidade de Rio Grande, uma das primeiras pessoas a me ensinar a cantar em eventos eclesiais na década de 1990. Ao centro, a coordenadora do Encontro, a Profª Drª Cristina Rolim Wolffenbüttel, da UERGS.

A competentíssima Profª Maria Alice Campesato, da EMEF Nª Sª do Carmo - que trabalha a música na perspectiva da dança, e a Profª Ms. Sandra Rhoden, da FUNDARTE, que desenvolve um trabalho de pesquisa em música e relação com as mídias.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Parte da tarde do dia 25/11 no 2.º EEMPA e 1.º EEMRS

O último turno do EEMPA e EEMRS / 2011 reservou ainda muita coisa boa. Iniciou com uma emocionante e fabulosa apresentação do grupo de dança e música da EMEF N.ª S.ª do Carmo / POA-RS.


Após a apresentação, reporto os seguintes excertos:
COMUNICAÇÕES ORAIS

·         Prof. Rafael Rodrigues da Silva
Pedagogia Musical do Projeto Experimental Sons de Brum – “Olha o som que eu fiz, Sor”
Projeto voluntário que desenvolve construção de instrumentos alternativos, apreciação, composição, dinâmicas de improvisação, ensaios, de caráter comunitário escolar que objeta mini-apresentações. Busca compor através da perspectiva de áudio-ação com alunos, podendo diferenciar o trato da memória musical estanque com o trato das habilidades de leitura e elaboração musical repentina. As tendências transitam nas possibilidades variadas de transdisciplinaridade com as demais artes.
Base de trabalho a partir dos grupos “fome e come”, “salto sobre o tempo” e outros produtores músicopedagógicos.

·         Professores Acadêmicos Diego Luis Herêncio, Diego da Rosa Salvador, Guilherme Antonio Stempkowski Garibotti, Norildo Andrade / UERGS
Ensino de Música Escolar: investigando concepções de estudantes da Educação Básica sobre aulas de música
QUESTÕES DE PESQUISA
- Quais as concepções dos estudantes sobre as aulas de música na escola?
- Em que medida os saberes e a cultura experiencial dos estudantes são considerados na elaboração dos currículos de música nas escolas?
- Qual o grau de participação dos estudantes na elaboração de seus currículos de música na escola?

·         Profª Sandra Regina Pontes Ferreira
Explorando o teclado musical: contribuições sobre a aprendizagem musical de alunos com deficiência intelectual, a partir da fenomenologia existencialista de Merleau-Ponty
Educação Especial Musical é, dentre a categoria de Educação Musical, a menor geradora de produção científica textual no âmbito pedagógico. Há uma necessidade de criar registros dessas experiências para uma maior divulgação dos resultados, haja vista, está ficando recorrente o processo de inclusão nas Escolas de Educação Básica, cuja demanda carece de maiores trabalhos científicos.
As experiências de desenvolvimento harmônico e rítmico nas práticas educativas especiais com o uso do teclado musical possibilitam aos alunos reconhecerem conceitos pontuais que esclarecem o processo de aprendizagem, devido a ampla visibilidade que o instrumento possibilita ao indivíduo, através da Fenomenologia da percepção, com o uso do método TECLA.

·         Professores Acadêmicos Diego Luis Herêncio, Diego da Rosa Salvador, Guilherme Antonio Stempkowski Garibotti, Norildo Andrade / UERGS
Artista e Arteiro: ensinar com arte e aprender brincando
O trabalho desenvolver ações de pesquisa e intervenção no contexto de escolas públicas (de Montenegro/RS), a partir de observações e planejamentos coletivos em Artes.
- OBJETIVO GERAL: Contribuir com o “reencantamento” em relação à docência em artes.
Esse projeto visa promover o crescimento pessoal e profissional dos licenciandos, por meio de experiências nas quatro áreas das Artes, conhecendo as epistemologias em Artes, bem como os teóricos responsáveis pela construção destas áreas do conhecimento. Investiga-se as metodologias nas diferentes modalidades de ensino das Artes, além de construir práticas inovadoras a serem experienciadas neste componente curricular. Deve-se conhecer tendências em avaliação no contexto escolar nas Artes.



O banner do 2ºEEMPA e 1ºEEMRS

Este é o cabeçalho oficial e capa do banner de divulgação do 2.º EEMPA e 1.º EEMRS, que ainda não havia postado, do qual estou participando. 

4º Dia do II EEMPA e I EEMRS


Excertos dos painéis do 4º Dia do II EEMPA e I EEMRS

PALESTRA 02
Profª Cristina Mie Ito Cereser, Drª UFRGS

Educação musical, motivação e desafios para o trabalho escolar.
- carência de professores habilitados em música
- Lei 11.769/2008
- formação e atuação de profissionais em música (FAPROM)
·         Música na escola: valor atribuído à música aumenta e o interesse dos alunos pelas aulas diminui à medida que avançam de séries
·         Pesquisa sobre motivação em educação musical

MOTIVAÇÃO
- desejo, sentimento, modo de pensar, sentimento de esforço, necessidade ou conjunto de necessidades e processos.
Conceito multifacetado que pode ser entendido como um processo dinâmico...

Processos capazes de dar força e propósito a questão motivacional:
1.      Necessidades
2.      Cognitivo
3.      Emoções (REEVE, 2006)
4.      Eventos externos

Formas de expressar a motivação
1.      Comportamento
a.      Escolha
b.      Preferência
c.       Intensidade
d.      Persistência
e.      Qualidade
2.      Fisiologia
3.      Auto relato

MOTIVAÇÃO PARA APRENDER MÚSICA
Estudos em música: discussões, envolvimento e investigação.

PERSPECTIVA SOCIAL COGNITIVA
Teoria social cognitiva (BANDURA, 1986)
Motivação no contexto escolar
·         Diferente da motivação para o lazer
·         Não pode ser ensinada ou treinada
·         Ser desafiadora

TEORIA DE AUTOEFICÁCIA (BANDURA, 1997)
Construto: autoeficácia
- experiências de domínio, vicária, sociais e estados somáticos psicossociais
- crenças de autoeficácia
- crenças de autoeficácia do professor: crer nas habilidades dos alunos, proporcionando ambiente de aprendizagem propício para desenvolver tipos de habilidades diferentes

PALESTRA 03
Profª Jusamara Souza, Drª/UFRGS – ABEM
“A Educação Musical no Brasil e RS – o papel da ABEM”

Sobre a ABEM (Associação Brasileira de Educação Musical), fundada em 1991 – Papel imprescindível na construção de políticas públicas para inserção da Educação Musical no espaço da Educação Básica.
MACROPOLÍTICAS: quais são as atuais políticas para a dimensão música como componente curricular nas Escolas de Educação Básica?
ABEM 2004-2005: participação nas Câmaras Setoriais
ABEM 2005: Mesa que reuniu MEC e MINc (MEC 2011)
ABEM MEC 2011: Reunião de especialistas, reunião com a SEB/MEC, reunião com CNE

A experiência do Grupo Técnico Música na Escola http://www.saladeartes.com.br/grupo_tecnico.html

AVANÇOS E DESAFIOS:
- quais os conteúdos que serão desenvolvidos nas práticas de Educação Musical nas Escolas de Educação Básica?

PAINEL 7: “Música e Cultura”

·         Prof. Márcio Coelho e Ana Favareto
Música: de ouvido ou por música?
Lúdico vs. tecnologia musical
No que concerne às escolas convencionais, o foco não deve estar no aprendizado de um determinado instrumento e muito menos na abordagem teórica na música.
Quando privilegiamos o “registro” do código musical antes do seu “domínio”, agimos como alfabetizadores precoces; como professores de língua portuguesa para bebês. Proposta: primeiro ensinar a ouvir e falar música.
Você toca de ouvido ou por música?
É mais importante o músico saber tocar ou saber ler partitura?
“Você é um músico de verdade ou é um Zé Mané Metido?”
Devemos, no mínimo, relativizar a questão da grafia do código musical na Educação Musical.
POR QUE DEVEMOS IMPORTAR MÉTODOS DE EDUCAÇÃO MUSICAL?
“O senhor pertence a alguma escola?
Se há uma escola, eu tenho a minha, e se existe outra escola, eu ainda sigo a minha.” Responde Villa-Lobos em entrevista a jornal francês.

·         Prof. Eduardo Pacheco, Ms./UERGS
Indignado, curioso, mobilizador da Educação Musical crítica com transformação social assim como John Cage, músico norte-americano.
Proposta de Pedagogia em Educação Musical: aproximação de filósofo da diferença Gilles Deleauze, defendendo a literatura do Kafka, teatro do Carmello, Stavinsky, Schopenhauser, entre outros.
Tese de doutorado: “Uma Deseducação Musical”, a partir de Manuel de Barros – Memórias Inventadas de Uma Infância. Minoridade que elege potências colocadas numa relação social que remete a setores sociais de menor importância.
Hierarquia: 1º - melodia, último – percussão. Por quê?

·         Profª Luciana Prass – DEMUS/UFRGS
Interfaces entre música e cultura
Etnomusicologia e antropologia:

Cultura: baseado em Charles Keil, etnomusicólogo, (1996) – toda criança rapidamente adquire e linguagem, hábitos alimentares, crenças religiosas, gestos, tecnologia, senso comum, etc... que variam consideravelmente de cultura para cultura. Indivíduos vem e vão; culturas permanecem.

Por Clifford Geertz (1973) – cultura é uma estrutura de crenças, símbolos expressivos, e valores em termos de como os indivíduos definem seu mundo, expressam seus sentimentos e fazem seus julgamentos.

Professora Luciana Prass (2004) – desenvolvimentista da etnopedagogia musical.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

II EEMPA e I EEMRS - Comunicações orais na tarde de 24/11/2011


Comunicações orais na tarde de 24/11/2011

RELATO 01: Experiências Adquiridas a partir de uma Banda Escolar
Licenciatura do IPA – estágio supervisionado obrigatório;
A escolha por uma banda escolar;
O papel da banda na vida do indivíduo;
PROJETO NEW BIG BAND
·         4 bandas escolares se relacionando
·         Interligar Bandas da Rede Pública
·         Centros Musicais
·         O Projeto na Escola São Pedro
o   DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
- Aulas de flauta doce
- repertório trabalhado
- banda mirim
- auxílio aos professores
o   APRESENTAÇÃO DO TRABALHO FINAL
§  União dos Grupos : flauta doce e projeto Mais Educação
§  Flauta, Canto e Coreografia
§  Acompanhamento dos Professores
·         Considerações Finais
Normalmente os músicos e demais componentes das fanfarras e bandas são crianças e adolescentes que encontram nestes coletivos vivências sociais, musicais e experiências de aprendizado que só ocorrem neste tipo de grupo. As oportunidades sócio-culturais oferecidas aos seus componentes são inúmeras, desde viagens para participar em eventos diversos até a inserção no mercado de trabalho.

RELATO 02: Os tempos e espaços ocupados pelos egressos da UERGS
O professor-artista: necessidade de apresentar experiências práticas aos discentes, por meio da história pessoal do docente.
Transversalização da música nas outras áreas: o curso da UERGS espera que os egressos sejam capazes de trabalhar com conceitos em educação musical, dominando os princípios da música, de forma a atuar como musicistas e professores.
QUESTÕES DE PESQUISA:
·         Quais os espaços profissionais ocupados pelos egressos do curso de Graduação em Música?
·         Como se constituiu o trabalho pedagógico musical desses egressos?
·         Quais são as prática s e metodologias pedagógico musicais utilizadas por eles?
·         Qual a contribuição do cursos de graduação para a atuação profissional dos egressos?
Investigar a atuação profissional dos egressos do Curso de Graduação em Música.
METODOLOGIAS
Mixing Methods (BRANNEN, 1992)
Survey Interseccional de Grande Porte (BABBIE, 1999)


RELATO 03: Audiopartitura
Desenvolver uma escuta atenta e apresentar conteúdos básicos da linguagem musical.
Audiopartitura: Partitura formulada a partir da audição da obra musical, utiliza símbolos gráficos, vozes, registros... (KOELLREUTTER, 1990, p.17)
APRESENTAÇÃO DAS ATIVIDADES:
Sons e ruídos – exercícios do livro de ZIMMERMAN
Como escrever um som?
- Apreciação musical do vídeo “Rain” do Coro Perpetuum Jazzile
Brincadeiras de regência com sons do corpo e objetos da sala de aula.
- Posteriormente, aplicação dos sons corporais de forma genuína.
- Processo de criação, definindo legendas para cada som...
- Execução dos desenhos de audiopartituras.
Audiopartitura é um instrumento pedagógico que desvela a capacidade de cada um de perceber e interrelacionar as diversas ocorrências musicais (CAMPOLINA)



3º Dia do II EEMPA e I EEMRS, turno da manhã



Excertos do PAINEL Nº 6: “Educação Musical, projetos e programas na Educação Básica”

Maria Alice Gouvêa Campesato/EMEF NSª do Carmo
Experiência de música em dança na Educação Básica (adaptação do ballet Coppélia), interferindo arranjos e releituras nas propostas, cujo produto final é apresentado em variados eventos de grande porte no âmbito das artes.

Luiz Otávio Pinheiro Rocha/EMEF NSª do Carmo
Inspirado pelo grupo de contadores de história da escola, o professor Luiz desenvolveu um trabalho em violões para alunos de periferia, de uma cultura diferente. Apresentação de vídeos de ensaios com alunos, cuja proposta do professor foi trabalhar Adoniram Barbosa, Noel Rosa, Pixinguinha, o clássico samba de raiz.
Para isso, mostra a importância de intensificar o conjunturamento do grupo de alunos na proposta da sua identidade, construindo um clima propício para desenvolver a atmosfera musical na escola.

Sueli Berneira Freitas/SMED-POA
Coordenadora do Projeto Cidade Escola, defendendo a implementação da educação integral que tem como proposta da ampliação gradativa do tempo escolar, oportunizando ações lúdico/pedagógicas nos diferentes campos do conhecimento.
Tem como um de seus eixos o resgate da autoestima dos alunos, possibilitando vivências nos diferentes estilos e gêneros musicais.
A música é desenvolvida numa perspectiva que permita a interação de todos os envolvidos., potencializando através das oficinas, novas oportunidades e conhecimentos de culturas diversificadas.
O aluno torna-se protagonista participante e interagindo nas oficinas de música a partir da valorização de sua identidade local.
Possibilidade de ampliação e aprofundamento musical a partir de:
·         Centros Musicais;
·         Mais Educação (programa do Governo Federal)
·         Instituições Parceiras da Cidade

Simone Garcia Nunes/SEE
Lástima: será que teria de ser necessário a obrigatoriedade a inserção do conteúdo que trabalha com emoção?
Projetos que estão em desenvolvimento que vão ao alcance da música:

·         PROJETO ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL – predominância de oferta de atividades artístico-culturais e atividades esportivas e supletivamete o apoio complementar as suas tarefas escolares.
·         PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO – parceria com o Governo Federal, integrando ações do PNE, buscando a valorização da diversidade da cultura brasileira. Macrocampos: cultura e artes.
·         ESCOLA ABERTA - democratizando o espaço público e transformando em pólo irradiador de cultura de paz. Em parceria com o MEC.
Baseado no Manifesto dos Pioneiros (1959) de Anísio Teixeira.
Darcy Ribeiro -  toda criança tem condições de aprender, cabe à escola assegurar o seu espaço.
Proposta da educação integral, presente na legislação educacional brasileira.
“O filho do trabalhador...” (Pedagogia do Oprimido, 1991)
IMPORTANTE – não repetir o período regular no contra-turno.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

2.º EEMPA e 1.º EEMRS - segundo dia, 23/11/2011 (parte 2)

No segundo painel da manhã, composto pela Prof.ª Ms. Carmem Lúcia Capra, Prof. Ms. Carlos Mödinger e Prof.ª Dr.ª Cristina Rolim Wolffenbuttel, todos vinculados a UERGS, a temática das falas contemplou a "Educação musical e transdisciplinaridades artísticas". O debate foi iniciado pela exposição crítica da Prof.ª Carmem em relação à Transpedagogia dever ser vista como processo de conhecer a obra de arte, e que o educador responsável por esse viés educacional continua sendo pouco valorizado em relação às outras áreas curriculares da Educação Básica. As dificuldades dos arte-educadores em desenvolver e apropriar-se de um espaço propriamente seu e participar de grupos docentes por demais afastados da área cultural.
O Prof. Carlos, da área do teatro, expôs a necessidade de reconhecer uma Meta-arte, como necessidade de valorizar todos os espaços artísticos como formas pedagógicas de conhecimento e composição dos saberes da Educação.
Finalizando o painel, a Prof.ª Cristina fez uma rápida explanação dos conceitos de Disciplina, Multidisciplina, Interdisciplina e Transdisciplinaridade, sendo esta última, a "síntese dialética da interdisciplinaridade" e chave de uma mudança paradigmática. Cita Morin, quando a transdisciplinaridade o faz reconhecer-se como um "contrabandista dos saberes", por transitar nas diversas ciências e áreas do conhecimento. Frisa que o papel da escola no processo transdisciplinar é de derrubar as barreiras que dividem os discursos dos saberes.
Simplesmente um painel muito denso de conteúdo que apresentou uma temática muito importante para a identidade da Arte com espaço imprescindível na Educação Básica.

2.º EEMPA e 1.º EEMRS - segundo dia, 23/11/2011

O segundo dia do EEMPA e EEMRS iniciou com dois painéis no turno da manhã. O primeiro painel, composto pela Dr.ª Maria Cecília Torres/IPA, Ms. Silvia Nunes Ramos/UERGS, Ms. Graciano Lorenzi/SMED-POA e Ms. Júlia Maria Hummes/FUNDARTE, teve como tema a "Música e a Diversidade: perspectivas pedagógico-musicais para o século XXI.
A primeira painelista destacou a importância da formação continuada para professores de artes/música, basicamente no ato de reconhecer no aluno um histórico/bagagem de conhecimentos musicais que se constituem ao longo de suas vidas. Isso, implicando em rever formas de ensinar música e reconhecer a musicalidade do outro. "O professor é uma pessoa que precisa se surpreender a cada dia, para isso, deve trabalhar a partir do conhecimento/bagagem do aluno". E problematiza: como ouvir o outro sem ouvir a minha própria história?
Em seguida, ouvimos a fala da Prof. Silvia Ramos, destacando seu projeto/tese de doutorado a partir da problemática "O que é diversidade quando pensamos em Educação Musical?". Nesse ínterim, ela metodologisa seu trabalho na observação de jovens manuseando seus dispositivos portáteis de audição/música, analisando os playlists bem como o seu conteúdo. Sua constatação evidencia que os jovens estão mais críticos e buscam diversas formas e gêneros musicais para constituírem sua musicalidade, selecionando criteriosamente os elementos poéticos e musicais das canções disponíveis nas diversas mídias.
Na fala do Prof. Graciano, a diversidade foi apresentada na exposição da prática "Compondo com Alunos", que pode ser melhor visualizada no www.compondocomalunos.com, evidenciando que "em cada descoberta, uma surpresa".
O painel culminou com a fala da Prof. Julia Hummes, destacando que o "ensino de música é múltiplo". Sua diversidade deve ser constatada na própria formação de professores (mais lineares ou ampliados), nos projetos sociais de música na escola e nas novas tecnologias que abre um leque de possibilidades. "A importância de se fazer Educação Musical é fazer música de maneira ativa, desfrutando plenamente as qualidades que esse ato oferece tanto para o corpo, espírito e sociedade."

2.º Encontro de Educação Musical de Porto Alegre e 1.º Encontro de Educação Musical do Estado do RS



O primeiro dia do 2º Encontro de Educação Musical de Porto Alegre, junto ao 1º Encontro de Educação Musical do Estado do RS, está apresentando temáticas muito oportunas para a prática pedagógica da música na Educação Básica. Docentes da UERGS e UFRGS debatem "Educação Musical para o Século XXI: discutindo sobre perspectivas pedagógicas na Educação Básica".


O enfoque do primeiro dia está na importância de se conhecer as várias "Educações Musicais para o século XXI", atendendo a demanda das pluralidades, singularidades e diferenças das EDUCAÇÕES MUSICAIS, na abrangência das culturas múltiplas do RS, na fala da Prof.ª Dr.ª Maria Cecília Torres, docente do IPA.

Também tivemos a fala da Ms.ª Sandra Rhodens, que destacou a forma como as mídias presentes nas escolas, precisamente nas salas de aula, levam músicas que constroem o arcabouço cultural dos estudantes, influenciando intensamente na postura crítica das crianças e jovens. Outra fala interessante foi da Prof.ª Ms.ª Valéria Carvalho de Leonço, precisando as transversalidades da Educação Musical nas outras áreas do conhecimento, apontando que "a música deve ser vista pela perspectiva da pedagogia do amor, do sentimento."

Na parte da tarde do Encontro de Educação Musical a ênfase foi a "Música e Inclusão: perspectivas pedagógico-musicais para o século XXI". O painel foi maravilhoso, apresentando práticas pedagógicas em música para pessoas portadoras de necessidades especiais, formas de desenvolver políticas públicas para a inclusão da música para esse público, inserindo a temática na Educação Básica. Uma máxima me chamou a atenção: "As metodologias devem ser plurais porque os sujeitos são singulares".

Também deve ser entendido que Educação Musical deve ser entendido diferente da Musicalização. A Educação Musical fundamenta-se na prática pedagógica da música no ambiente curricular escolar, fomentando os alunos a expressarem-se por essa forma de linguagem, integrando-a aos outros componentes curriculares.




Para questionar-se a Música Inclusiva também devemos cuidar da questão da prática pedagógica: Prof.ª Sueli Souza dos Santos "Quando se inclui alguém em algum lugar, a quem estamos excluindo?"... que problema interessante para ser discutido nas salas de professores. A própria Prof. Sueli comentou a hipótese de um aluno cego ser incluso numa turma regular: o que ele fará quando @ professor@ sugerir um desenho? Ou ainda: qual é a cor do céu? O sol é amarelo! Como é a cor de laranja? E no momento em que @ docente enfatizar um trabalho diferenciado para esse aluno cego, os outros não ficarão excluídos da temática? É um trabalho muito instigante!




Então, a "Música e a Inclusão" foi a temática abordada na tarde do Encontro de Educação Musical na Câmara Municipal de Porto Alegre. Exposição de teorias, práticas e aplicações de tecnologias assistivas, além de sugestões de elaboração pedagógica de projetos musicais para portadores de necessidades especiais em escolas da Educação Básica.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Uma experiência nova para o lúdico das crianças...

Está sendo uma fantástica experiência desenvolver o Projeto Semana da Criança 2011. A equipe itinerante de profissionais das EMEIs do município de Osório estará apresentando entre 5/10 até 21/10 uma adaptação do conto "A Cigarra e a Formiga". Formada pelos professores Carine, Raquel, Talita e este, a equipe itinerante multidisciplinar que abrange as áreas de contação de histórias, teatro e educação física, está incumbida de promover de forma lúdica uma atividade que será apresentada em todas as escolas infantis do município. Como esta postagem acontece durante a execução do projeto, algumas apresentações já ocorreram: a primeira contemplada foi a EMEI Prof. Cristina, na quarta-05; na quinta-feira (06/10) as contempladas foram as Escolas Santa Luzia e Cantinho da Criança.
Confiram alguns dos momentos da EMEI Prof. Cristina!

Essa foi a criançada que assistiu lá na EMEI Prof. Cristina...

A Prof.ª Raquel é a contadora (veranil!) da história... muito talento e competência!

 ... e este é o nosso cenário!

Fazendo os últimos makes para a apresentação. Da direita para a esquerda: Profª Talita, Profª Raquel, Prof.ª Carine e Prof. Anderson...

Era uma vez uma formiga...

 (Que coisa linda são os olhos brilhantes das crianças em busca do lúdico!)

 A Profª Carine interpreta magnificamente o papel da Formiga Trabalhadora...

 Parabéns pelo talento e obrigado por compartilhá-lo conosco!!!
Aprendemos muito com tua experiência.

...enquanto a cigarra fica de olho na comidinha da formiga!

 
Nunca imaginei fazer algo parecido... é uma superação!
 Paródia 1 - "Meteoro - Luan Santanna":
Eu vou tocar, eu vou cantar
bem alto esta canção
eu adoro esse sol maravilhoso de verão,
meu violão tá adorando este clima de calor,
UooU! Vou cantar aonde eu for.


 Paródia 2 - "Like a Baby - Justin Bieber":
Oh! Formiga, amiga, miga, OuuH!
Oh! amiga formiga, minha não!
Eu não posso parar de cantar...
Eu não posso parar de tocar...
Eu sou artista!

A passagem do inverno provocou frio e fome na cigarra...

Paródia 3: "Fada - Vitor e Léo"
Formiga, formiga querida!
Dona de tanta comida!
Você cultivou, gostosuras guardou,
E agora que o inverno chegou
Abra sua porta, venha me ajudar
Minha barriga não para de roncar,
Bota uma panela nessa chapa do fogão
E esquenta meu coração.

A formiga impõe condições para que a cigarra possa entrar e jantar no formigueiro... ah, não!

 E a formiga fica feliz pois aprenderá a cantar com a cigarra...

A Profª Talita desempenhou a figura do inverno com muito brilho!

E todos nós agradecemos a coordenação das EMEIs na pessoa da Profª Catiana por promover o projeto e oportunizar a nós essa experiência tão bela e significativa em nossas carreiras. Em breve, novas fotos e experiências...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Um resumo da minha Semana Farroupilha 2011

Peço desculpas aos amigos que me cobram a falta de postagens nesse espaço... mas acho que vale o registro quando temos algo sincero e novo para colocarmos (desculpas de quem não tem tempo organizado para isso!), portanto, se estou aqui novamente é porque algum pensamento importante me cativou. Na minha Semana Farroupilha (que pode ser acompanhada pelo blog ) tive experiências intensas que me levaram a escrever uma poesia que, pela semântica da palavra, criou-se por si só, praticamente. Pois quero compartilhá-la com os meus amigos...


CONTENDA DAS MUSTARDAS

1- Cuê pucha! Que o Divino nos guarde!
O coronel deu escuta ao alarde daquela feroz milicada
Que se sentiu vingada da quedança lá na Patrulha
Num lampejo de fagulha a gravata tava atada.

2- Era vinte e dois de abril de mil novecentos e trinta e seis
pois ouçam vanceis o que o coronel não me ouviu
“o ‘home’ já sentiu o peso dessa carga”
Levamos o tal pras guarda que o general nosso pediu.

3- Pois conto melhor o causo do qual me atormento
Não sei se rio ou lamento pelo sangue do Pinto Bandeira
Que se atirou na asneira de caçar os Farroupilhas
E viu de contra a pilha das guardas mostardeiras.

4- O fato é que o presidente Braga
Já estava em outras plagas que não as da Capital
Quando ouviu que o general adentraria o Campo da Várzea
Tão ligeiro quão feito a ázima, se bandeou pro litoral.

5- E buscou sua guarida no forte de Rio Grande
E com urro de “se mande!” determinou Domingos Chaves
“Nas Mustardas tu caves sete palmos a Onofre Pires”
“Nos farroupilhas mires a força da tua clave”.

6- Antônio Braga sabia que Onofre o farejava
Com olho ligeiro mirava encontrar uma solução
De quedar Pires no chão, cachorro de Bento Gonçalves
“Vá pro Mboy Orú, caro Chaves, castrar aquele cão.”

7- E assim se foi Domingos levando sua tenência
Mas também a independência soava-lhe nas ventas
Não suportava mais remendas faltas imperialistas
E contra os legalistas travaria batalhas sangrentas.

8- Juntou-se a Onofre Pires para defender sua causa
Construiu seu fortim-casa nas Guardas das Mustardas
A seus buenaços deu fardas como homens da guarnição
Que dali não tardariam a armar as emboscadas.

9- Que chegaria Pinto Bandeira, contou-lhe a Onofre Pires
Viria junto o Juca Ourives, muy guapos pelejadores
Não se atazanem senhores, Mustardas é trincheira
Que, libertária, planeia vil recebida dos contentores.

10- A duna grande se abria da Costa de Cima à laguna
O céu numa tez lubuna matizava as areias
De forma que veias abertas tingiam colorados com’ros
Formando vários escombros para rapina ceia.

11- Não houve grito, nem estampido,
O inimigo não era temido porque a trincheira abagualada
Junto a laguna alinhava Pinto Bandeira e os seus
E como castigo de Deus, Onofre e Domingos lhes guasqueavam.

12- Vendo a “cosa mal-fadada” pro lado dos lenços brancos
Não ficou sentado em banco e pras águas foi Juca Ourives
Vendo Onofre Pires e Domingos Gonsalves Chaves
Exercitando suas claves, abrindo o hades aos infelizes.

13- Juca Ourives saiu a nado, atrás dele foram os farrapos
Como se caça gato-do-mato, ficaram a sua espreita
Onde a lagoa se endireita se atiraram sobre o quera
Que nem forças tivera pra sai da botada perfeita.

14- O levaram a cabresto, como fosse um animal
Pelo regato bagual, a duna grande ganhavam
Ali onde se engalfinharam durante algumas horas
Uma vermelhidão que o branco cora, a rusga se abrandara.

15- Ata a gravata coronel! gritavam os farrapos a um só coro…
Pra curar o desaforo do ocorrido em Santo Antônio
Pinto Bandeira choronho clamava por sua vida
Sua consorte querida e seus oito filhos tristonhos.

16- Cuê pucha! Coronel… não se dê a desventura!
Pensava eu na agrura daquele importante momento.
Os farrapos me vão aos tentos se lhe aconselho bem,
Minha consciência também, se mal faço aconselhamento.

17- Nos calamos e ouço o choro do infeliz Francisco...
O Juca também sem cristo, pra se fazer por onde
Tava como quem se esconde dentro de si mesmo
Sentindo em si o peso do farrapo grilhão na fronte.

18- Os lamentos dos oficiais De El Rei não enterneceram o coronel
Que a sentença, como sovéu, pealou seu infortúnio, certeiro,
“Não seja covarde” forasteiro, esbravejou coronel Onofre
A morte todo mundo sofre, “pois morra como um bom brasileiro.”

19- Cuê fresca! São Pedro não viu! Antes milonga cena...
Sem dó, nenhuma pena, Ourives e seus caramurus,
Viventes do Mboy Orú ouviram um grito surdo
Que até hoje aturdo no choro de qualquer anu.

20- A adaga do coronel matava a sede no pescoço
Daquele infeliz moço que El Rei bem se servia
Até aquele dia que Mustardas fez guarida
Nem quero-quero alarida, nem a cobra cruzera pia.

21- Mas chê! Coronel! Por que tamanho feito?
Se essas areias são leito pra tanta carnificina,
Vi então que a sina de qualquer homem farrapo
Era morrer tão guapo que até a morte se domina.

22- Mustardas, libertária trincheira, que a tantos nos abrigou
Se algum sonho se escapou das noites do General Bento
Um deles eu lamento, pois não ganhou serventia
A guerra se ganharia se em ti fosse o farrapo aquerenciamento.

23- Tuas areias brancas ficaram como chão brazino
Teu vento teatino ainda sopra as vozes choradeiras
Tuas maternais trincheiras abraçavam a liberdade
Que só veio na verdade, longe das plagas mostardeiras.

Esquecidas estão as memórias dos saberes de teus filhos.

Essa poesia nasceu em 21/09 e quero homenagear a todos os palestrantes que me subsidiaram com suas informações e comentários a respeito da história do torrão mostardeiro.
Um abraço a todos.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Atitudes sociais inovadoras para um amanhã melhor




No último dia 25 de maio muita gente fez o que não fazia há muito tempo: movimentar-se. Instituído o Dia do Desafio, inúmeras cidades no globo são intimadas a por de lado o ócio corporal e prestar um serviço à vida, à saúde humana. Somente no estado de corpo cadavérico é que ficamos realmente com o corpo inerte: mesmo que durmamos, o nosso veículo permanece em movimento, em pleno funcionamento de dutos arteriais, venosos, aéreos, tudo para manter as redes de tecidos neuromusculares em funcionamento quando forem exigidos no estado acordado. Por isso é que a vida necessita de movimento. Vida é movimento. E, dando vazão à lógica, movimentando-se bem, vivemos bem. Dessa forma, nada melhor como estimularmos nossos pequeninos a realizarem, dentro de seu universo lúdico e de desenvolvimento, as atividades necessárias para um "viver bem".

Obs.: aluninhos e profissionais da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora da Conceição, bairro Porto Lacustre, Osório/RS, praticando exercícios de alongamento coletivo no Dia do Desafio 2011.

sábado, 21 de maio de 2011

Sonoridades para o deleite da alma litorânea

O Grupo Chão de Areia nos presenteia, público que admira as músicas de raiz nos mais diversos gêneros, com seu primeiro CD: a obra "Quem Somos Nós", que prestigia em seu tema a paisagem e cotidiano litorâneo com uma musicalidade ímpar em um "CD Conceito" que serve de suporte para estudo aos músicos jovens, carentes de boa música de orientação. Conta com um instrumental fantástico de cordas executadas por Mário Tressoldi, um cantar enternecedor de Flávio Júnior em letras do poeta Chico Saga e outros renomados músicos e compositores que edificam a geografia e antropologia do litoral gaúcho. Simplesmente uma obra que deve ser acompanhada com uma boa rapadura e chimarrão ao cair da tarde e um silêncio preciosos para desfrutar dessa harmonia em voz e instrumental requintados e com toques notoriamente identificados com um Brasil com cheiro de serramar. Parabéns e obrigado por esse regalo, rapazes!
Acompanhem mais no site grupochaodeareia.com.br

terça-feira, 17 de maio de 2011

A obrigatoriedade do ensino da música nas escolas: um importante problema, uma solução fantástica!


Com o advento da Lei 11.769, de 18 de agosto de 2008, a obrigatoriedade do ensino da música terá sua data limite neste ano. A obrigatoriedade se estende para as escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Observando bem a data, no mês de agosto próximo, as crianças do país deverão estar recebendo aulas de música por profissionais capacitados para esta matéria. O problema consiste no fato de muitos músicos não serem habilitados para o exercício do ensino didático, devido a falta de formação em Licenciatura - modelo que habilita os profissionais a exercerem lições em escolas - e pela própria falta de formação na área em si. O estudo e exercício informal da profissão de músico é um fator importante que atrapalha o processo de implementação da lei. Isso porque, em conformidade a LDB da Educação - Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 9.394/96 - só estão autorizados a lecionar na educação básica os professores com formação em nível superior, ou seja, profissionais que tenham cursado a licenciatura em Universidades e Institutos Superiores de Educação na área em que irão atuar. Portanto, os professores que devem ser responsáveis pelas aulas de música do seu filho são aqueles com formação superior em música. Devemos ficar atentos, pois nosso país, ao mesmo tempo que é um manancial de cultura, tem sede de sorvê-la e propagá-la aos cantos do Brasil. Nada melhor que a escola ensinar música de verdade! A nós, cidadãos, cabe a melhor e responsável cobrança por um serviço bem prestado nas instituições de ensino.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Novamente um inferno de estrada. Estão roubando nossa estrada.

Um triste e lamentável acontecimento está prestes a ocorrer nos próximos meses: o inferno está retornando.

Não se trata de nenhum cataclismo apocalíptico ou algum fenômeno espiritual que se possa auferir a olhos nus. Quero chamar a atenção ao grave (e recorrente) descaso do governo estadual com a nossa estrada intermunicipal, a RSC-101. Mais uma vez, a mais antiga estrada do RS se encontra em frangalhos. Com mais de 70 km de crateras espalhadas em 124 km que nos separam do município de Capivari, nossa estrada está necessitando da aplicação do planejamento dada à obra, e hombridade na execução dessa empreitada. Do contrário, para aqueles que já viveram (e passaram) na “estrada do inferno”, um filme irá ser reeditado e melhorado com detalhes e 3D: largura, comprimento e profundidade asfáltica, deteriorando os veículos que dela necessitam diária e semanalmente.

Poderão me chamar de exagerado, ou até, desferir-me palavras de “calão profundo”. Sou um leigo apaixonado pelas letras e pelas leis, e pela mesma paixão sobre as normas que regulamentam as relações interpessoais, sinto necessidade de contribuir, mesmo que singelamente, com uma opinião que pode gerar um embaraço interessante na sociedade: as empresas que lucram indevidamente sobre o investimento público em face da deterioração do mesmo, cometem um “crime geral contra a ordem pública moral e econômica”, e deveriam ser responsabilizadas pela gravidade do fato, de modo que não poderiam dispor de exercer seu ofício até que o ressarcimento dos prejuízos à população ocorresse de pleno. Tentarei ilustrar:

Uma empresa de transportes opera seus fretes repetidas vezes com excesso de carga. Justificativa da empresa: devido ao preço baixo pago ao frete, faz-se necessário o transporte de carga excedente para que haja compensação financeira em relação aos custos com manutenção e combustível onerados pelo serviço. Aparentemente compreensível, visto que nossa cultura ainda absolve qualquer ato vil para justificar a necessidade de “trabalhar”. No entanto, as formas de roubo são várias: neste caso, o roubo é indireto e “quase” imperceptível. Acontece que o contribuinte ao pagar sua carga tributária, o faz permitindo que em seu aparelho viário, conforme a Lei, possam trafegar veículos de acordo com os padrões previamente estabelecidos por todos, através de nossos representantes e fiscais legalmente constituídos. Isso significa que um caminhão truque, de capacidade para 15 toneladas, trafegando com 25 toneladas, deteriorando as rodovias com sobrepeso e arrasto dos pavimentos rodoviários, estará “roubando” nosso recurso material, o bom estado das rodovias. Isso porque, em seus cálculos, o empresário está contabilizando o desgaste da rodovia no caixa público e não em suas despesas particulares. Logo, havendo um desgaste abusivo da coisa pública, por meio de infração de trânsito, implicando em oneração dos cofres públicos devido a irresponsabilidade do uso privado, sem ressarcimento, é um absurdo. Um “roubo”!

Reflitamos e questionemos.